Thursday, July 15, 2004

Passou mais um 14 de Julho.. Uma das datas mais importantes da nossa suposta civilização... A data que, corria o ano de 1789, deu uma nova dimensão ao fenómeno da revolta popular, da revolta contra o obscurantismo, contra o despesismo e contra a tirania daqueles que com poder e sem sentido governativo, obtinham o poder apenas porque pertenciam à família adequada. Passados 215 anos, é de questionar se a "família" não está de volta ! Não como a forma de uma família real despótica e totalmente alheia das necessidades e carências do seu povo, mas sob a forma de um regime ou um governo que com a mesma indiferença para com aqueles que partilham o seu mesmo espaço, e que se mantém impávidos e convictos de que aquilo que NÃO fazem é exactamente o correcto para satisfazer as necessidades dos que "abaixo" de si se encontram.
A meu ver uma das datas mais importantes da História, o 14 de Julho de 1789, é ainda hoje marca de uma revolta com contornos surpreendentes que abalou não só França, como teria por si só grandes repercussões a nível do nosso continente, bem como do Mundo. Daqui nasceu o ideal de Direito... dos Direitos Fundamentais... Daqueles Direitos que irónicamente se lutam para ter, e quando eles nos são entregues, rapidamente nos esquecemos da sua existência, relegando-o para algo secundário... O que de facto se torna assustador... MUITO assustador...

Liberté, Egalité, Fraternité

Serão estes os valores, os ideais, e os Direitos que queremos, para depois os esquecermos ?

2 comments:

Bruno, o magnotico said...

É verdade... Grande dia. Pena não termos nós tais forças.

Infelizmente insiro-me numa sociedade que sabe criticar em excessivo q.b., mas que na acção... sabes bem.

Tenho saudades de ver os estudantes revoltarem-se às portas de S. Bento e/ou Belém. De se saber fazer manifs... Saudades apenas, infelizmente.

Paulo Peralta said...

Infelizmente o que vejo é que só através de uma revolta se conseguem direitos que deveriam à partida ser um garante de todos... algo dado como inquestionável... ao mesmo tempo, talvez assim se consigam preservar com mais empenho, visto terem esses mesmos direitos custado tanto a alcançar... Abraço ;)