Thursday, November 10, 2005

" Não tomes a vida muito a sério, porque não sairás vivo dela. "
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Anónimo

Saturday, November 05, 2005

Virginia Woolf: My life has been stolen from me. ( ... ) I live in a town where I have no wish to live. ( ... ) I live a life I have no wish to live ( ... )
Virginia Woolf: I'm dying in this town.
Leonard Woolf: If you were thinking clearly, Virginia, you would recall it was London that brought you low.
Virginia Woolf: If I were thinking clearly? If I were thinking clearly?
Leonard Woolf: We brought you to Richmond to give you peace.
Virginia Woolf: If I were thinking clearly, Leonard, I would tell you that I wrestle alone in the dark, in the deep dark, and that only I can know. Only I can understand my condition. You live with the threat, you tell me you live with the threat of my extinction. Leonard, I live with it too.
Virginia Woolf: This is my right; it is the right of every human being. I choose not the suffocating anesthetic of the suburbs, but the violent jolt of the Capital, that is my choice. The meanest patient, yes, even the very lowest is allowed some say in the matter of her own prescription. Thereby she defines her humanity. I wish, for your sake, Leonard, I could be happy in this quietness.
Virginia Woolf: But if it is a choice between Richmond and death, I choose death.
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Apesar de já lhe ter feito uma breve referência, num post mais antigo aqui do blog, ainda não lhe tinha dedicado especialmente um... Chegou então a altura certa... As Horas é para mim, um dos mais geniais filmes que vi, que tive o prazer de ver, até à data. Já não falando na presença de três das minhas actrizes preferidas, Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore, falo na história, nos momentos, nos silêncios, na banda sonora, nos diálogos, e nos olhares. Muito especialmente, nos olhares. Os olhares vazios de Moore, saudosos de Harris, tristes de Streep, e sem esperança de Kidman.
Esta é uma história feita de momentos, de situações e dos acasos que marcam uma vida... A de todos. Aqueles acasos que não só nos marcam, como nos transformam e nos mudam.
Senti uma especial empatia por este filme, por pela primeira vez, ter num filme diálogos que poderiam e possam já por mim ter sido ditos. Como não há quem perceba aqueles nossos momentos de silêncio, de extrema alegria ou tristeza sem fim. Os momentos em que na realidade somos nós, e como mais ninguém o consegue compreender. Os sítios onde estamos, as coisas que temos de fazer, aquilo que nos apetece, as pessoas que desejamos, os objectos que repudiamos, e como mais ninguém o compreende, a não ser o nosso "eu".
Os pensamentos que temos, as situações que os desencadeiam, as consequências que deles vêm, a justificação que "temos" de dar aos demais, e como estes julgam que o que decidem, sugerem, teorizam e opinam, é de facto a melhor opção para a nossa própria felicidade. Como o silêncio que para "ti" te tráz tranquilidade e harmonia, para "mim" me mata aos poucos, me aproxima da morte, não compreendendo que aquilo que me dá animação e me faz viver, é a loucura da agitação diária. Dá-me energia, faz-me sentir, dá-me alegria, trabalho, movimento, acção, raciocínio e me tráz aquilo que quero... Vida...
Como os momentos passados influenciam os nossos hoje e amanhã, estabelecendo para sempre entre eles uma ligação nem sempre harmoniosa, mas que ditam quase sempre aquilo que ocorre lentamente e progressivamente junto do nosso "eu".
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E porque há momentos de silêncio... E porque há momentos de barulho... E porque os há, em que eu quero ser EU.
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E especialmente porque há momentos em que simplesmente quero... ( texto sem fim )